domingo, 19 de maio de 2019

Encanto




Sustento a vontade, um jeito meio estranho, quando devolvo a taça perdida ao seu canto, e na outra porca, parafuso,
que mal sustenta as pernas da mesa de sal, desfaço o trabalho, o esforço de esquecimento, desmaiada sobre o chão.


Que suporte equilibra o perdido sonho, substitui a desejosa aparição, que da luz empírea, derrama a graça, em réstias desmanchadas,
Em gotas derramadas,
E em ligeiros grãos, desarticula o saco que tudo suporta e tudo e’?

Um primeiro terceto abriga a ilusão,
Da religião, da imaginação, desfeitas
Pela dura e seca ciência.

O segundo, sem fe’, escava potes, amassadas panelas, raspa o duro quintal,
Espera sentado, esperança,
Encantamento.


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