segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Desarmado


“Por que ruas tão largas?
Por que ruas tão retas?
Meus passo torto
foi regulado pelos becos tortos
de onde veio,...
Aqui tudo é exposto
evidente
cintilante. Aqui
obrigam-me a nascer de novo, desarmado. “

Carlos Drummond de Andrade
In Esquecer para lembrar.






postei esta poesia em 8 de marco de 2011

Guardados

Algum tempo, as ruinas.
Que exista o que existe, em partes, fragmentos.
As totalidades se esvaem nestes inúmeros riscos e
materias pesadas,
onde por entre as suas fraturas e desvios se movem
os ventos,
lentas aragens e a graciosa curva do mar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Tentação 1



A tentação identitaria ou “a desrazao identitaria” como diz Jacques Le Goff, consiste em um deslocamento coletivo que conduz da flexibilidade tolerante, de uma apropriada manutenção de si na original promessa, para uma rigidez inflexível de carater local, cultural ou de classe.
O segundo movimento desta tentação e’ o confronto da identidade inventada com a de uma outra, estrangeira, percebida como uma ameaça, como um perigo para a identidade própria, tanto a de no’s como a do eu, e assim, passamos a temer e a nao aceitar outros modos de levar a vida, de manifestar o conhecimento e a cultura, e rejeitar maneiras diferentes das nossas falas.

A terceira atitude e’ fruto da herança da violência fundadora, pois o que celebramos como eventos originais sao essencialmente atos violentos, legitimados posteriormente, no limite, por sua própria antiguidade, ou pela forca da lei, se manifestando como uma glo’ria para uns, vencedores, mas como execração dos outros, de todos os vencidos.