sábado, 16 de novembro de 2013

Verdade e esquecimento.


 Na verdade, não há verdade sem esquecimento.
 Lethe quando não é' a escuridão espessa, " e' a sombra, a sombra que delimita a luz, a sombra de Alethea”.
Não há Alethea, verdade, sem que uma parte do esquecimento se manifeste, através do canto das musas, que ao dizerem a verdade trazem ao mesmo tempo, em simultâneo " o esquecimento das desditas, a trégua dos cuidados". Hesiodo. 
Invadido pela sombra da perda da memoria, o mortal escapa ao tempo cotidiano, aos instantes das misérias e das preocupações, e o que e' como uma doce lembrança para o poeta e’ um esquivo esquecimento para outros, quando, no momento, que se leva a palavra, os homens se afastam do que a vida traz de terrores.
Escapam de seus limites, de suas perdas e múltiplas imprecisões.
No mundo invisível, no mundo inferior do mortos, onde o espirito e’ submerso pelas aguas do abandono, alguns, como o adivinho Tiresias, tem o privilegio de guardar tudo de memória, possuem para si um status ambíguo, que revela e esconde, como um autista mensageiro, que diz, “ falo daqueles que sabem, quanto aos outros, esqueço de propósito.” Esquilo


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