segunda-feira, 3 de junho de 2019

Acertos e estranhamentos



 Onde o novo? 
Na cidade, de luzes e riscos prenhes de róseo futuro,
protegidas suas portas e muralhas pelo arcanjo, Miguel, 
ou nos intervalos, entre partes e frestas, onde ronda o vento, silva os ares e ocupam os gentios?
No embate público, macios interiores, tudo se acumula, tudo se multiplica em faltas e afetos,
E juntos, alinhados `as afecções coletivas, 
desejos escapam dos espectros,
exploram falas e gestos, inventam lados, 
que se alteram, se dobram rapidamente,
em coletivos e turbas desgarradas, em ordens ou dispersos escuros olhares cruzando ódio 
em contínua disputa de longos campos e montanhas.

Nada há nada a orientar, nem o tempo, nem o norte, nem a certa linha ou a reta direção, paralisados, 
determinada somente a vontade em esvair novidades e prazeres na noite perversa.
Que sobra?
Reflexos, olhares, desvios, e o gesto incompleto.


Kleber
Lisboa 2017
Vitória 2019