sábado, 3 de junho de 2017

encanto



me pergunto, 
saberei a hora da verdade, o tempo que resta, o dia que acorda,
claro e brilhante?
sem gosto, sem jeito, sem dor,
irei encontrar a porta da chegada, o mês da primavera
o abril de outros, e dos lilases?
e, finalmente, na cova santa, dos leões,
pela curva finda da pergunta, 
com o jeito frouxo da gravata,
dobrarei a massa linda da montanha azul.

duas vezes dez, três vezes oito, 
uma multidão espirra seus sonhos e ilusões, 
pedra a pedra 
nas ruas do encanto e da solidão,
quatro vezes.


abril 2014

quarta-feira, 22 de março de 2017

Acertos e estranhamentos



Onde o novo?  
Na cidade, de luzes e riscos prenhes de róseo futuro?  
quando,  
protegidas suas portas e muralhas pelo arcanjoMiguel 
ou nos intervalos, vazios entre partes e frestas, ronda o vento, silva os ares e ocupam os gentios? 
No embate público ou macios interiores, tudo se acumula, tudo se multiplica em faltas e afetos, 
ou quando juntos, alinhados `as afecções coletivas,  
desejos escapam dos espectros, 
exploram falas e gestos, inventam lados,  
que se alteram rapidamente, 
em coletivos e turbas desgarradasem ordens ou dispersos, escuros olhares cruzando ódio  
contínua disputa em longos campos e montanhas? 

Nada  a orientar, nem o tempo, nem o norte, nem a certa linha ou a reta direção, paralisados 
determinada somente a vontade em esvair novidades e prazeres na noite perversa. 
Que sobra? 
Reflexos, olhares, desvios, o gesto incompleto. 


Kleber 
Lisboa 2017 

terça-feira, 7 de março de 2017

luz


Vejo a luz, o caminho e a salvação, 
Ouço ao lado, o ruído, a confusão,  
Extrema maldade. 

Aborreço-me, solitário, com os fios da vida,  
Estendidos os panos coloridos, 
Vermelhos e rosas. 

Graças


A palavra suporta, a palavra estimula, a palavra completa, a palavra sustenta, a palavra importa, satisfaz, palavra me diz, a palavra me faz feliz.