quarta-feira, 22 de março de 2017

Acertos e estranhamentos



Onde o novo?  
Na cidade, de luzes e riscos prenhes de róseo futuro?  
quando,  
protegidas suas portas e muralhas pelo arcanjoMiguel 
ou nos intervalos, vazios entre partes e frestas, ronda o vento, silva os ares e ocupam os gentios? 
No embate público ou macios interiores, tudo se acumula, tudo se multiplica em faltas e afetos, 
ou quando juntos, alinhados `as afecções coletivas,  
desejos escapam dos espectros, 
exploram falas e gestos, inventam lados,  
que se alteram rapidamente, 
em coletivos e turbas desgarradasem ordens ou dispersos, escuros olhares cruzando ódio  
contínua disputa em longos campos e montanhas? 

Nada  a orientar, nem o tempo, nem o norte, nem a certa linha ou a reta direção, paralisados 
determinada somente a vontade em esvair novidades e prazeres na noite perversa. 
Que sobra? 
Reflexos, olhares, desvios, o gesto incompleto. 


Kleber 
Lisboa 2017 

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