domingo, 26 de agosto de 2012

Vitoria, agosto 2012


E hoje, não há mais limites, referentes físicos a alcançar com os olhos ou com as pernas, a escalar em romaria, a espairecer no intervalo, a namorar na ponta do píer. 
Explodidos seus encontros em fragmentos, fronteiras excluem, separam, segregam os protegidos em ninhos de segurança controlados.  
As linhas e condutos são agora invisíveis, linhas astrais a percorrer ares e céus em ondas elétricas, magnéticas. 
Os nós se escondem em paredes guardadas, privadas, articulando vídeos e imagens, lugares de novos e múltiplos interesses carnais. 
A lua já não nasce mais na ponta de Tubarão.
Inevitável. 
Prefiro acreditar que os olhos verão, os pés a tatear, continuaremos cheirando a maresia e a terra molhada, e os ouvidos se embalarão em ondas quentes e úmidas como o repetido bater das ondas. 
Deixando a pele salgada queimar ao sol, no corpo as marcas da natureza e da história, nos olhos e coração gravados. 
E as redes de amor e compaixão serão mais fortes, como a vida, para poetizar o cotidiano nesta cidade presépio, superpondo, criando outras notas, abrindo múltiplos caminhos, reconhecendo o outro, os outros, me reconhecendo gente, como pessoa, nesta cidade  de Vitória, construída pelos homens e abençoada pelos deuses e Nossa Senhora da Penha.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Encarnado



  1. Esqueci que sofri, perdi a roda, o fio e a fala,
  2. o caminho e a ligação,
  3. perdi o lado, o perto e o longe, o próximo e o distante,
  4. o risco, desatei, sem volta,
  5. o laço encarnado.