sábado, 11 de janeiro de 2014

Exílio e cidade



Ao final do jantar anual de Páscoa, os judeus se desejam: "No próximo ano em Jerusalém"; e nos casamentos judaicos o noivo recita "Se eu esquecer de Ti, Jerusalém, que minha destra perca sua destreza"
Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião.
Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas;
ali os nossos captores pediam-nos canções, 
os nossos opressores exigiam canções alegres, 
dizendo: "Cantem para nós uma das canções de Sião! "
Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira?
Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, 
e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!
Salmo 137

Poderei voltar, para te encontrar afinal na cidade de onde nunca me afastei, exilado em minha terra natal, ou escolhida, por acaso ou graça, onde de nada consigo mais nada esquecer, nem mais suporto o peso e a soma acumulada de restos e lembranças? 
E estará’, ainda a espera, minha noiva resplandecente, Jerusalem, virgem e branca, deslumbrante nas suas danças e cantos, aguardara’ paciente a minha sempre adiada volta?
Ou antes, impaciente sem mais, fora dos trilhos, você se lançara’ no bracos de um Wronsky qualquer?

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