Doía, em cada perna, em cada braço,
Em cada cabeça pulsava uma pressão desmedida.
Sofria a cada palavra, infame, em cada ódio estirado em longas tiras,
Em cada gesto de força, de socos nas mesas e nos ares,
Em cada dura pancada, em cada grito mudo.
Então devia, mas não, se encolhia,
Quando o medo e o desespero deixavam exalar o cheiro da dor, do sofrimento, o limite da morte, as agudas agulhas lentamente penetrando ponto a ponto em toda articulação.
Fugia, passos, correria, e cinzas as estradas não mais levavam a mais nada, a nenhum sentido, direção.
Direções.
29 julho 2019