Onde o novo?
Na cidade, de luzes e riscos prenhes de róseo futuro?
quando,
protegidas suas portas e muralhas pelo arcanjo, Miguel,
ou nos intervalos, vazios entre partes e frestas, ronda o vento, silva os ares e ocupam os gentios?
No embate público ou macios interiores, tudo se acumula, tudo se multiplica em faltas e afetos,
ou quando juntos, alinhados `as afecções coletivas,
desejos escapam dos espectros,
exploram falas e gestos, inventam lados,
que se alteram rapidamente,
em coletivos e turbas desgarradas, em ordens ou dispersos, escuros olhares cruzando ódio
e contínua disputa em longos campos e montanhas?
Nada há a orientar, nem o tempo, nem o norte, nem a certa linha ou a reta direção, paralisados,
determinada somente a vontade em esvair novidades e prazeres na noite perversa.
Que sobra?
Reflexos, olhares, desvios, e o gesto incompleto.
Kleber
Lisboa 2017