Há cento e um anos, `as
11 horas do dia 11 de novembro de 1918, foi assinado o armistício que definiu o
fim da primeira guerra mundial, a grande guerra.
Embora o Canada’ tenha
sofrido, nesta guerra, um número relativamente baixo de perdas militares, 60 000, em um total mundial de 9 milhões de mortes de soldados e mais de 10
milhões de perdas civis, todo o ano, nesta hora, neste dia, neste mes, milhares de pessoas
saem as ruas, ostentando nas lapelas, uma flor vermelha de papoula, de papel,
como uma forma de lembrar este sofrimento e dor.
Mas porque este dia é ainda
recordado, em um dia feriado, na província de Columbia Britânica, em um país e
uma população, que aparentemente tenha sentido menos perdas, principalmente
civis, que os países da Europa?
Ou quantas mortes serão
necessárias para relembramos a inutilidade da violência das guerras?
Foi nos campos vermelhos
de papoula, ao norte da Franca, que em irracionais batalhas de trincheiras, o
sangue de milhões de jovens foi sacrificado, durante quatro anos, de 1914 a
1918, aos interesses imperialistas e expansionistas dos países europeus.
E foram os ódios, os
desejos de revanche e vingança, restos da primeira guerra e da crise do
capitalismo de 1929, que produziram as condições de crescimento do movimento
nazista, geraram a segunda guerra mundial, a ampliação das mortes civis e militares,
e o genocídio de judeus, ciganos, doentes e adversários políticos, que fez que contaram-se
mais de 70 milhões os mortos, no segundo conflito global.
E mais guerras e
conflitos violentos se seguiram.
Coreia, Vietnam,
Iraque, e tantas outras, guerras civis e coloniais, em todo o século XX,
multiplicando os mortos e desalojados, sofrimentos e desesperos.
Hoje as guerras não são
mais globais. Ainda. Mas as violências de todo o tipos se espalham, ocupam
nações inteiras, separam cidades e comunidades, atingem principalmente os mais
fracos e incapazes, dividem, expulsam milhões `a migrações forçadas, pela
miséria ou por preconceitos, ódios.
No mundo que a
violência continua endêmica, em pequenas e grandes guerras, ampliam-se as agressoes contra as mulheres, contra os homossexuais, os negros e pobres, acirram-se
disputas políticas e religiosas.
Nestas infinitas
guerras diárias, não se erguem memorais, monumentos, não se comemoram feriados,
não se movimentam multidões e não se incorporam símbolos, flores nas lapelas.
Kleber
Frizzera
Novembro
2019