me pergunto,
saberei a hora da verdade, o tempo que resta, o dia que acorda,
claro e brilhante?
sem gosto, sem jeito, sem dor,
irei encontrar a porta da chegada, o mês da primavera
o abril de outros, e dos lilases?
e, finalmente, na cova santa, dos leões,
pela curva finda da pergunta,
com o jeito frouxo da gravata,
dobrarei a massa linda da montanha azul.
duas vezes dez, três vezes oito,
uma multidão espirra seus sonhos e ilusões,
pedra a pedra
nas ruas do encanto e da solidão,
quatro vezes.
abril 2014